Enoturismo à la carte

Nos últimos anos o turismo foi uma atividade com grande crescimento em todo o mundo. Em Portugal não foi exceção e podemos perceber o seu impacto nas regiões onde se tem desenvolvido de forma sustentável.
Existe uma crescente preocupação com as infraestruturas e com proteção do meio natural, cultural e com as populações locais. É neste ponto que o Enoturismo se insere. Relaciona-se com o vinho e encontra-se diretamente ligado à produção regional, assim como, ao conhecimento do modo de vida das pessoas que aí trabalham.
Um dos grandes objetivos do enoturista passa por experimentar, conhecer e viver a realidade local. Por isso, o Enoturismo poderá ser cada vez mais uma experiência única e de preservação do património cultural. SegundoHall e Sharples (2003), pode ser definido como a visita às vinhas, complementada com a prova dos vinhos elaborados numa determinada região. Mas será apenas isso? É obvio que não. É observar a produção, ensaiar diferentes tipos de vinhos produzidos pelas gentes locais, sentir a sua gastronomia e conhecer os seus costumes. O Enoturismo poderá ser implementado como atividade turística em locais sem qualquer vocação para tal? A resposta é simples: sim! Devido à sua grande especificidade, podemos encontrar no meio rural e, mesmo em locais menos desenvolvidos, o ponto ideal para o seu desenvolvimento.
Estes locais mantem intocáveis as características primitivas. Este aspeto é de enorme importância, porque o Enoturismo ao valorizar o interesse pelo património local, ajuda diretamente na preservação das casas, na sua história e gastronomia, conserva as características etnográficas e a sua autenticidade. É uma mais valia para a preservação das tradições e do meio ambiente, perdurando a oferta turística no tempo. Ao valorar os costumes locais, preserva o património histórico, envolve a comunidade na preparação das atividades turísticas e a sua inserção no mercado de trabalho.
Autor: Pedro Silva